O trabalho gerencial nas unidades de saúde vem sofrendo mudanças desde a implementação do Sistema Único de Saúde (SUS). A descentralização do setor saúde e a regionalização da atenção aumentaram a responsabilidade dos gestores, dado a necessidade das respostas ágeis e eficazes em nível local. No contexto da Atenção Primária à Saúde (APS), estas mudanças trouxeram diferentes desafios para estes profissionais que assumem a gestão e a consequente orientação de um perfil de competências para o desempenho desta complexa função: a gerência das unidades de saúde. O gerente dos serviços de APS é um ator fundamental no processo de fortalecimento do SUS. Para exercer tal função, é preciso ter: conhecimentos na área da saúde e da administração; conhecimentos sobre o SUS; compreensão no contexto em que está inserido, incluindo o território e o perfil epidemiológico; compromisso social com a comunidade; além de competências que implicam na integração de saberes técnicos e das relações intersubjetivas (SALES, 2014). A qualificação da gestão contribui para o fortalecimento da atenção à saúde prestada para a população e, também, pode favorecer a atuação organizada e planejada das ações de saúde implementadas dentro do escopo do serviço. Entretanto, observa-se que as funções administrativas gerenciais na APS ainda são desenvolvidas de forma tradicional, burocratizada e pouco sistematizada e os processos de avaliação são frágeis (GONTIJO, et al., 2017).