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Caxumba: para especialistas, não há necessidade de alarme
O recente crescimento dos números de casos de caxumba na cidade do Rio de Janeiro trouxe alguns questionamentos em relação a doença. No entanto, para a enfermeira e coordenadora de vacinação do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/Ensp/Fiocruz), Slete Ferreira da Silva, os casos não se configuram em uma epidemia de caxumba. Existem surtos isolados que não devem ser associados a falhas na cobertura vacinal.
Em entrevista para a Embresa Brasil de Comunicação (EBC), o pediatra Reinaldo Menezes Martins (Bio-Manguinhos/Fiocruz) também rechaça a ideia de epidemia de caxumba no estado. Ele informa que entre 1º de janeiro e 7 de julho deste ano, o estado do Rio de Janeiro registrou 606 casos de caxumba. Em 2014, foram registrados 561 casos. Martins não vê razão para alarme com o aumento de 45 casos nos primeiros seis meses de 2015.
Ele também destaca a eficácia da vacina, que varia entre 73% e 91% e que há um aumento para a faixa entre 79% e 95% na segunda. “Os percentuais comprovam que, mesmo com as duas doses, não há proteção completa. No entanto, comparando os casos de caxumba antes e depois da introdução da vacina, o número caiu de uma maneira muito acentuada”, disse Martins.
A pessoa que tiver dúvidas em relação a vacina deve pedir a um profissional de saúde para verificar sua carteira de vacinação. A vacina tríplice viral deve ser aplicada em duas doses, mas pessoas entre 20 e 49 anos que nunca se vacinaram tomam apenas uma.
Sobre a doença
A caxumba, também chamada de papeira ou parotidite, tem um período de incubação de duas ou três semanas. Seus primeiros sintomas são febre, calafrios, dores de cabeça, musculares e ao mastigar ou engolir, além de fraqueza. Uma das principais características da doença é o aumento das glândulas salivares próximas aos ouvidos, que fazem o rosto inchar. Nos casos graves, a caxumba pode causar surdez, meningite e, raramente, levar à morte. Após a puberdade, pode causar inflamação e inchaço doloroso dos testículos (orquite) nos homens ou dos ovários (ooforite) nas mulheres e levar à esterilidade. Por isso, é necessário redobrar a atenção nestes casos e ter acompanhamento médico.
Contagiosa, a caxumba é causada pelo vírus Paramyxovirus, transmitido por contato direto com gotículas de saliva ou perdigotos de pessoas infectadas. A melhor maneira de evitar a caxumba é através da vacinação aos 12 e 15 meses de vida. Caso uma pessoa seja afetada, ela não deve comparecer à escola ou ao trabalho durante nove dias após início da doença. É preciso, ainda, desinfectar os objetos contaminados com secreções do nariz, da boca e da garganta do enfermo. A vacinação de bloqueio é recomendada para quem manteve contato direto com pessoas doentes.
Fonte: Portal Fiocruz