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Durante dois dias, Grupo Especial de Supervisão do PMMB se reúne em Manaus

O evento buscou aproximar tutores e supervisores por meio da troca de experiências e revisão dos processos de trabalho para o realinhamento e aprimoramento do Programa.

- Ascom SE/UNA-SUS



Nos dias 9 e 10 de outubro, foi realizada a II Reunião Técnica do Grupo Especial de Supervisão do Programa Mais Médicos para o Brasil (PMMB), em Manaus. Além de comemorar os 3 anos da publicação da Portaria Nº 28, de 14 de julho de 2015, que dispõe sobre a criação e organização deste Grupo Especial de Supervisão (GES) para atuarem em áreas de difícil cobertura, o evento buscou a aproximação de tutores e supervisores por meio da troca de experiências e revisão de alguns processos de trabalho referentes à logística e às linhas de cuidado para o constante realinhamento e aprimoramento do Programa. 

A cerimônia de abertura contou com a participação de representantes dos Ministérios da Saúde, Educação e Defesa - tríade responsável pela execução do PMMB nos locais de difícil acesso. Na ocasião, foi apresentada a atual conjuntura do Programa nas áreas mais remotas da Região Norte – Acre, Amazonas, Pará e Roraima. 

O coordenador-geral de execução de ações pedagógicas do Ministério da Saúde (CGEAP/MS), Paulo Gaião, lembrou que o Mais Médicos teve um início bastante ambicioso à época, e hoje conta com cerca de 16 mil médicos espalhados por todo o país, providenciando saúde para toda uma população que carecia de assistência.

“Esperamos que esses dois dias sejam extremamente proveitosos. Gostaríamos de entregar todos os resultados endereçados à população. E isso é mais um motivo para estarmos aqui, ouvindo vocês, que estão no território, vendo o atendimento acontecer no próprio local, e podendo sugerir as mudanças necessárias para que a atenção ofertada seja cada vez mais qualificada”, ressaltou.

A diretora de Desenvolvimento da Educação em Saúde do Ministério da Educação (DDES/MEC), Bruna Borges de Castro Moura, destacou que o GES supervisiona 249 médicos, dos quais 79 estão em áreas indígenas e 170 em áreas não indígenas. Emocionada, a gestora agradeceu a oportunidade de fazer parte desse pedacinho tão rico do Mais Médicos. 

“Grupo especial: o nome não poderia ser mais representativo. É especial porque, além de chegar ao local de atuação do médico, a supervisão fortalece não só as ações de educação permanente em saúde, proposta pelas diretrizes do Programa, mas também os laços com os demais profissionais de saúde, gestores e comunidade, o que acabam por resultar em tantas outras ações para além do Mais Médicos”, destaca.

Por fim, o general Carlos Alberto Mansur, agradeceu a oportunidade dada às Forças Armadas de poderem contribuir com o Programa e ressaltou que aquilo que fazem não é nada perto do trabalho desenvolvido pelos profissionais do Mais Médicos nessas localidades. “O apoio que oferecemos é ínfimo quando comparado a esse trabalho tão bonito realizado por vocês. Ir aos lugares mais longínquos, de difícil acesso, utilizando transportes demorados, correndo riscos - como doenças - e enfrentando também questões relacionadas à própria segurança e à falta de estrutura - tudo isso para levar saúde a essas comunidades indígenas, isoladas, da Amazônia Legal. Para nós é motivo de muito orgulho e alegria, estarmos aqui com vocês hoje”, enfatizou.

A médica de família e comunidade e supervisora do PMMB no Pará, Angélica Pereira da Rocha acredita que as mudanças propostas nesses encontros sempre buscam o aperfeiçoamento dos processos de trabalho do GES. "Isso nos permite aprimorar para realizar uma supervisão de qualidade, que se reflita numa atenção de qualidade no âmbito dessas áreas de difícil acesso", explicou.

Além da questão do acesso, que acaba exigindo planejamento e proposição de soluções criativas, também foram abordados temas como a Saúde Indígena, que abriu um diálogo importante com representantes da Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde (SESAI/MS); Educação Permanente X Educação Continuada; Metodologias de Supervisão Acadêmica e, é claro, as experiências exitosas dos grupos dos quatro estados atendidos pelo GES.

APP de Gestão da Supervisão

A Supervisão Acadêmica é um dos eixos educacionais do Projeto Mais Médicos para o Brasil, responsável pelo fortalecimento da política de educação permanente por meio da integração ensino-serviço no componente assistencial da formação dos médicos participantes do Projeto. Ela exige periodicidade e está organizada em momentos presenciais e longitudinais. A supervisão presencial caracteriza-se por encontros individuais ou coletivos – Supervisão in loco e Encontro de Supervisão Locorregional. 

Nos casos dos médicos com atuação em Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), os que são atendidos pelo Grupo Especial de Supervisão (GES) e nos casos especiais, também é facultado o Acompanhamento Longitudinal. Esses tipos e modalidades de supervisão são monitorados por meio dos sistemas informatizados disponíveis, que vêm sendo aprimorados ao longo do tempo.

Nesse sentido, a Universidade Aberta do SUS - que é uma grande apoiadora do PMMB com a oferta de cursos para a formação dos profissionais participantes, bem como a administração e gestão das supervisões realizadas no escopo do projeto – apresentou no segundo dia da reunião um novo aplicativo para auxiliar o acompanhamento dessas supervisões, bem como facilitar alguns processos administrativos, como a submissão de relatórios de viagens.

Segundo o gerente de Tecnologia da Informação da UNA-SUS, Rodrigo Balzan, o aplicativo de Gestão de Supervisão - AGS foi criado para atender às demandas da FIOCRUZ/UNA-SUS/FIOTEC de monitorar todas as visitas solicitadas por um determinado supervisor, bem como facilitar a logística de trabalho desses profissionais em cada viagem. “Por meio do uso de GPS do celular, o aplicativo informará com precisão a localização do supervisor, enviando para o servidor de dados as coordenadas geográficas que, posteriormente serão utilizadas pelo WebPortifólio. A partir disso, será possível registrar no aplicativo a presença ou ausência dos médicos visitados, baixar e sincronizar agenda vinculada ao plano de trabalho e também preencher os relatórios de prestação de contas referente à viagem de supervisão”, arrematou.