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Brasil debate experiências com pesquisador americano Carl Hart

- Ascom SE/UNA-SUS



O ministro da Saúde, Arthur Chioro, se reuniu nesta quinta-feira (15/05) com o pesquisador da Universidade Columbia (EUA), Carl Hart, que veio ao Brasil para participar de debates sobre as políticas de enfrentamento às drogas e para fazer o lançamento de seu livro “Um preço muito alto” (Zahar). O encontro contou com a presença do coordenador de Saúde Mental do Ministério da Saúde, Roberto Tycanori, do secretário Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), Vitore Maximiano, além de representantes da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e da Universidade de Brasília (UnB).

Durante a reunião, o americano fez elogios ao modelo brasileiro de enfrentamento às drogas, especialmente aos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Ontem, Hart participou de uma visita ao CAPS Álcool e Drogas 24 Horas de Ceilândia, cidade do entorno de Brasília (DF). Na ocasião, ele participou de uma roda de conversas com usuários de drogas e ficou satisfeito com o diálogo. “Aprendi muito com o modelo brasileiro. Me sinto encorajado porque, pelo que vi nos lugares que visitei, percebo que é possível mudar essa realidade entre os usuários de drogas no Brasil”, afirmou.

O ministro Arthur Chioro falou sobre os avanços já obtidos desde o lançamento do plano Crack, É Possível Vencer, ação do governo federal junto a estados e municípios para construir estratégias públicas sobre a questão das drogas pela articulação dos eixos: prevenção, cuidado e segurança.  

“O governo brasileiro criou a Política Nacional de Saúde Mental Álcool e Drogas, focada na liberdade e nos direitos à cidadania. Nós procuramos trabalhar com a complexidade do tema e com ações intersetoriais voltadas ao cuidado à saúde”, disse o ministro que também falou sobre o programa Braços Abertos, da prefeitura de São Paulo, que conta com apoio do governo federal.

Ao todo, o governo federal investiu R$ 1,5 bilhão na execução do programa Crack, É Possível Vencer, sendo que R$ 1,4 bilhão foram investidos pelo Ministério da Saúde na ampliação dos serviços que prestam atendimento a dependentes químicos no Sistema Único de Saúde (SUS). A Rede de Saúde Mental, que atende aos dependentes químicos, conta hoje com 2.096 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Juntos eles podem realizar 43,1 milhões de atendimentos por ano. Em 2002 eram apenas 424 CAPS com capacidade de atendimento de 420 mil atendimentos. Os CAPS Álcool e Outras Drogas podem realizar mais de 8,5 milhões de atendimentos a cada 12 meses (em 2011 essa capacidade era de 6,2 milhões de procedimentos – aumento de 26%).

O Ministério da Saúde, em conjunto com estados os municípios, também criou 2.212 novos leitos, sendo 782 em enfermarias especializadas (hospitais gerais), 530 nos 53 CAPS 24 Álcool e Drogas e em 900 nas 60 novas unidades de acolhimento criadas. A rede de atendimento a dependentes químicos também é composta por 101 Consultórios na Rua, que atendem aos usuários nos locais de uso.

Todas as unidades da Federação já aderiram ao programa. Além disso, 118 municípios com mais de 200 mil habitantes e o Distrito Federal fazem parte do mesmo.

 

Fonte: Ministério da Saúde