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Pré-natal do Parceiro incentiva homens a cuidarem da saúde
No Dia Internacional do Homem, celebrado na última quarta-feira (19), o Ministério da Saúde alerta sobre os cuidados da população masculina com a saúde. Para incentivar esse quadro, o Ministério da Saúde, através da Coordenação Nacional de Saúde dos Homens, adotou a estratégia do Pré-natal do Parceiro. A iniciativa é uma oportunidade para que os homens cuidem da própria saúde ao mesmo tempo em que acompanham a gestação das parceiras, por meio da realização de exames de rotina, de testes rápidos, da atualização da carteira vacinal e da participação nas atividades educativas nos serviços de saúde.
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Ao chegar à unidade de saúde, o parceiro pode ser atendido por um profissional de saúde e realizar exames, como sorologia para hepatite B e C, HIV e sífilis, diabetes, colesterol e pressão arterial, além de receber informações sobre o risco e a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DST). Caso necessário, serão solicitadas consultas complementares e também a realização de outros exames preventivos.
O Pré-natal do Parceiro pode contribuir ainda para reduzir a transmissão vertical da sífilis e do HIV. A realização de testes rápidos para detecção destas doenças e a consequente adesão ao tratamento por parte do parceiro infectado pode diminuir consideravelmente o risco de contágio da mãe para a criança, isto porque a mulher, mesmo com a devida atenção ao longo da gravidez, se mantiver relações sexuais com o parceiro infectado pode ser no caso da sífilis reinfectada e ter a carga viral aumentada no caso do HIV.
A iniciativa tem como foco também preparar o homem para o exercício da paternidade ativa. A estratégia incentiva o apoio à parceira durante toda a gestação, além dos cuidados básicos com o recém-nascido, como as orientações que favorecem à amamentação até os 2 anos de idade e, exclusivamente até os 6 meses do bebê, conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde. O intuito é gerar vínculos afetivos saudáveis e qualidade de vida para todos da família.
O programa atualmente está presente em diversos municípios – incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, São Luís, Salvador, Goiânia, Maceió, Teresina, entre outros – e faz parte da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH). O projeto pretende alcançar os homens jovens e adultos, entre 20 e 59 anos, que fazem parte do escopo de cerca de 55 milhões pelos quais a política é responsável no país, contribuindo no campo da prevenção e promoção da saúde, o que colabora para o aumento da expectativa de vida desta população, por meio da redução dos índices de mortalidade por causas evitáveis.
“O Ministério da Saúde tem se empenhado fortemente ao longo dos últimos anos para que, por um lado os serviços de saúde reconheçam os homens como sujeitos prioritários de direitos e cuidados tanto quanto as mulheres e as crianças e, por outro lado, para que a diversidade e pluralidade de homens oriundos deste enorme Brasil possam reconhecer os serviços de saúde como espaços também masculinos onde o acesso e o acolhimento às suas necessidades específicas possam ser contempladas e devidamente assistidas”, diz Eduardo Schwarz Chakora, coordenador Nacional de Saúde dos Homens.
VIGITEL – Os homens vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres e apresentam mais doenças do coração, câncer, diabetes e colesterol, além da pressão arterial mais elevada. Porém, segundo a pesquisa Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), os brasileiros têm uma avaliação mais positiva em relação à própria saúde do que as brasileiras. Em todo o país, 5,8% das mulheres avaliaram negativamente o seu estado de saúde, enquanto essa proporção entre os homens é de apenas 3,8%.
A diretora de Vigilância e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta, ressalta que o estudo mostra que há um acúmulo maior de fatores de risco entre homens. “Os homens fumam mais, consomem mais bebida alcoólica e carnes com gorduras do que elas, além de comerem menos verduras e hortaliças do que o recomendado”, destaca.
Deborah Malta explica que o Vigitel não afere diretamente a frequência de fatores de risco e doenças crônicas que necessitam de diagnósticos médicos, mas faz estimativas de acordo com um diagnóstico prévio. “Historicamente, os homens procuram menos as unidades de Saúde. No entanto, é interessante destacar que cresceu expressivamente o número de diabéticos autodeclarados entre homens nos últimos anos, passando de 4,6% para 6,5%. Isto pode significar um aumento na procura e cuidado”, declara.
Ela conta que entre os estudos que exploram esta baixa procura, alguns relatam que eles têm resistência a procurar os profissionais da saúde. “Há uma questão ligada ao gênero de que procurar o profissional de saúde poderia mostrar fragilidade. Isto precisa ser superado, pois são inúmeros os benefícios na procura pelos serviços de saúde”, finaliza.
Entre os entrevistados pelo Vigitel, 54% dos homens está com excesso de peso contra 47% das mulheres. “Observamos um dado muito particular. Entre os homens, a escolaridade não é fator de proteção em relação ao excesso de peso. Nas mulheres, quanto maior a escolaridade, mais ela se protege, com alimentação saudável e atividade física. É uma questão que chama à reflexão. Não basta informação para eles mudarem o comportamento, temos que pensar bastante em termos de políticas públicas”, frisa a diretora.
SAÚDE DO HOMEM – O Ministério da Saúde, ao constatar que a cada três mortes de adultos, duas são de homens, reconhece que os agravos desta população constituem uma questão importante na saúde pública que precisa ser devidamente enfrentada por meio de ações e estratégias que possam reverter este quadro epidemiológico a médio e longo prazo.
“Conscientizar os gestores e trabalhadores do Sistema Único de Saúde da importância de incorporar a população de homens nas ações de assistência integral ofertadas nos territórios e na lógica da saúde familiar e gerar uma mudança significativa de mentalidade e atitude dos homens quanto a sua própria saúde é uma iniciativa que o Ministério da Saúde tem priorizado”, ressalta Eduardo Schwarz Chakora.
O governo brasileiro foi o primeiro das Américas a desenvolver e executar uma política exclusiva para homens. Atualmente, além do Brasil, apenas a Austrália, desde 2010, apresenta uma política vigente voltada para a mesma finalidade.
Fonte: Ministério da Saúde, texto de Maurício Ângelo