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Teste rápido pode detectar HIV em apenas 30 minutos
A ampliação do acesso ao diagnóstico da aids é um desafio da saúde pública. Os testes laboratoriais convencionais são operacionalmente mais complexos, requerem profissionais especializados em laboratório, infraestrutura física e de máquinas apropriadas. Além disso, o prazo para entrega dos resultados desses testes pode ser longo, levando o indivíduo a se desinteressar pelo resultado e à consequente perda deste pelo sistema de saúde.
A utilização dos testes rápidos permite atender à crescente demanda pelo diagnóstico e aumenta a agilidade da resposta aos indivíduos e permite seu rápido encaminhamento para assistência médica e início de tratamento. Para colaborar nos diagnósticos foi desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz um teste que detecta os anticorpos do HIV por meio da mucosa oral, colhida por uma haste de algodão. O resultado é obtido em 30 minutos com uma leitura parecida com a de um teste de gravidez.
O coordenador do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, ressalta a importância do teste oral na rotina de detecção dos portadores do vírus da aids. “A implementação desse teste foi uma mudança radical. É simples e não necessita de aparatos clínicos como um laboratório. Isso ajuda muito na capilaridade do teste. Você pode ir até as pessoas para fazer o teste em qualquer lugar com resultado minutos depois. Naquele momento você já identificou o portador. É claro que ele vai ter que fazer novos testes para confirmação e dar início ao tratamento, mas a triagem já começa ali”, ressalta.
Qualquer profissional da saúde pode realizar o teste rápido, desde que tenha sido capacitado. O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (DDAHV) fornece essa capacitação à distância gratuitamente por meio do TELELAB, onde estão disponíveis vídeos com procedimentos para a realização dos testes rápidos. Em 2014, foram realizados 30 mil testes. Dados do departamento apontam que quase 60% do público atingido nunca tinha feito em um teste de HIV antes. E a taxa de positividade também foi muito relevante. Enquanto no serviço de saúde a taxa de positividade é de 0,5%, nestas idas às comunidades as taxas chegam a 16%. “Estamos indo onde a epidemia está, atrás do público alvo, levando uma solução prática e rápida”, afirma Fábio.
Os testes são utilizados em diversos locais do país por meio de projetos como o Viva Melhor Sabendo. O projeto é uma parceria do Ministério da Saúde com 60 organizações da sociedade civil de todo o país, que vão até grupos prioritários - homens que fazem sexo com homens, gays, transexuais, travestis, profissionais do sexo e pessoas que usam drogas - para realizar a testagem.
Ter um diagnóstico positivo do HIV precocemente permite que o paciente comece o tratamento no momento certo e tenha uma melhor qualidade de vida. Mães soropositivas podem aumentar suas chances de terem filhos sem o HIV, se forem orientadas corretamente e seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto.
Além do teste rápido, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a testagem laboratorial de forma gratuita e anônima nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento. Não só o diagnóstico, mas também o tratamento, é oferecido gratuitamente pelo SUS.
Deve fazer o teste quem tenha passado por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido. Após a infecção pelo HIV, o sistema imunológico demora cerca de um mês para produzir anticorpos em quantidade suficiente para serem detectados pelo teste. Por conta disso, o mais aconselhável é que se faça o exame após esse período.
O HIV pode ser transmitido das seguintes formas:
• Por relações sexuais desprotegidas (sem o uso do preservativo), anais, vaginais e orais;
• Pelo compartilhamento de agulhas e seringas contaminadas;
• De mãe para filho durante a gestação, o parto e a amamentação;
• Por transfusão de sangue.
Fonte: Blog da Saúde, por Gabriela Rocha