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Vivendo com vitiligo: e daí se nossa pele parece um pouco diferente?

- Claudia Bittencourt



Enquanto, crescia era chamada de zebra, vaca ou pinguim. Natalie Ambersley, de 31 anos, de Enfield cresceu com vitiligo. Atualmente manchas brancas cobrem cerca de 75 por cento do rosto e do corpo de Natalie. A condição, que afeta uma em cada 100 pessoas em todo o mundo, é causada pela perda do pigmento da pele chamada melanina, que leva a aparência de manchas brancas na pele.

Há muito pouca consciência sobre a condição que afeta uma em cada 100 pessoas em todo o mundo

Ela disse à London Live como as pessoas “frequentemente olham para minhas mãos e rosto e então perguntam por que minhas mãos são brancas e meu rosto é uma mistura de raça. Também detesto dizer que sou diferente, sou um pouco diferente. Isso me afeta cotidianamente. É algo que vejo no espelho todo dia”, disse.

De acordo com a Sociedade de Vitiligo, a causa pode ser genética, mas o estresse, queimadura do sol ou um corte podem ser o gatilho para acionar a condição.

A Supermodelo Chantelle Brown-Young

Natalie diz que há pouca conscientização sobre o vitiligo, mas gostou quando a supermodelo Chantelle Brown-Young, que recentemente foi escolhida como concorrente a um programa de televisão, America’s Next Top Model, ajudou a trazer visibilidade à condição.

“Só recentemente pessoas como ela puderam fazer coisa assim”, apontou. “O que ela está fazendo é maravilhoso para pessoas, como eu, que sofrem de vitiligo. Sou bastante tímida quanto ao meu vitiligo. Gostaria que as pessoas reconhecessem que mesmo tendo vitiligo e sendo um pouco diferentes, podemos ainda ser bonitas e que nem tudo é o que está fora”.

“Há ainda um longo caminho a percorrer antes que as pessoas vejam além do vitiligo, mas com pessoas como Chantelle, podem ajudar a reconhecer melhor a condição. Espero que as pessoas possam ver além das manchas brancas que ela possui e a reconheçam pelo que ela é, alguém que me inspira e me faz pensar que sou apenas uma pessoal normal mesmo que pareça um pouco diferente das outras”, afirma.

No passado, Natalie usava cremes clareadores na sua pele na tentativa de nivelar suas manchas brancas. Às vezes isso queimava sua pele. Agora ela parou, mas clareador de pele é um mercado lucrativo, muito comum nas comunidades negras e asiáticas. É o processo de clareamento da pele, usando cremes e sabonetes corporais, a maioria dos quais contêm produtos químicos perigosos e banidos tais como mercúrio e o hidroquinona.

 

Fonte: The Independent, traduzido pela UNA-SUS